O prefeito Anderson Farias (PSD) barrou a participação da jornalista Milly Lacombe na edição deste ano da Festa Literomusical, em São José dos Campos (SP). O político anunciou a decisão nesta terça-feira, 16. O evento vai ocorrer na próxima sexta-feira, 19, no Parque Vicentina Aranha, região central da cidade.
Segundo Farias, a medida se deve sobretudo a uma “fala irresponsável, inconsequente, principalmente quando se fala da questão cristã”. Milly Lacombe recebeu o convite para participar da mesa “Os outros no Brasil ontem e hoje”, ao lado do escritor Xico Sá e do poeta Cuti. Sua presença, porém, recebeu diversas críticas depois da declaração ofensiva à família no podcast Louva Deusa.
Prefeito confirma decisão
Na ocasião, a jornalista classificou a família tradicional como um “núcleo produtor de neurose” e “a base do fascismo” no Brasil. A fala repercutiu desse modo nas redes sociais. Parlamentares, entre eles a deputada estadual Leticia Aguiar (PL) e os vereadores Senna (PL) e Thomaz Henrique (PL), sugeriram o veto à jornalista.
Em vídeo no Instagram, o vereador Thomaz disse que posicionamentos como o de Milly “ajudam a puxar o gatilho contra pessoas como Charlie Kirk”. Ele se referia ao ativista conservador que morreu na última quarta-feira, 10, ao receber um tiro no pescoço enquanto participava de um debate em uma universidade de Utah.
A assessoria do vereador encaminhou nota à Oeste com o seguinte teor: “O setor público não pode, em hipótese alguma, apoiar discursos de ódio, especialmente aqueles que atacam a instituição da família. A fala da jornalista Milly Lacombe desumaniza famílias e pessoas, estigmatizando-as como fascistas e associando-as a comportamentos criminosos, como os praticados pelo regime fascista na Itália”.
“É inaceitável”, afirma vereador, ao lembrar do caso Charlie Kirk
O texto acrescente: “Isso é inaceitável, pois fomenta a intolerância e pode incentivar a violência. É exatamente isso que queremos evitar: que discursos de ódio, ainda mais quando têm o apoio de instâncias do setor público municipal, acabem gerando episódios de violência, como aquele que resultou na morte de Charlie Kirk.”
O prefeito Anderson Farias, em vídeo no canal do vereador Zé Luis (PSD), explicou as razões do veto. Mais tarde, em seu perfil, ratificou a decisão com uma nota oficial.
Não é a primeira vez que Milly Lacombe se envolve em polêmicas. Em 2006, durante um programa ao vivo no SporTV, ela acusou o então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni (hoje, técnico do Bahia) de falsificar uma assinatura em uma proposta do Arsenal, da Inglaterra. O objetivo seria conseguir um aumento salarial no clube paulista.
Ceni telefonou para a emissora e desmentiu a informação em meio a uma discussão. A jornalista, mais tarde, assumiu o erro e perdeu o emprego. Ceni a processou em R$ 150 mil por difamação. O caso terminou com pedidos de desculpa de Lacombe em uma audiência de conciliação.
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