O ativista conservador Charlie Kirk, um dos principais aliados políticos do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, morreu nesta quarta-feira, 10, aos 31 anos, depois de ser baleado durante um evento na Universidade Utah Valley. Ele chegou a ser levado ao hospital, onde passou por cirurgia, mas não resistiu. Deixa a mulher, Erika, e duas filhas pequenas.
Em mensagem publicada nas redes sociais, Trump lamentou a morte: “Ninguém compreendia a juventude dos EUA melhor do que Charlie”, escreveu. “Ele era amado e admirado por todos, especialmente por mim, e agora não está mais entre nós. Meus pêsames à sua linda mulher Erika e à família. Charlie, nós te amamos!”
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o discurso de Kirk é interrompido pelo tiro. Nas imagens, ele aparece sentado em uma cadeira diante de universitários, que correm com o disparo.
O FBI informou que acompanha o caso. Em publicação no X, o diretor Kash Patel escreveu: “Estamos monitorando de perto os relatos do trágico tiroteio envolvendo Charlie Kirk na Universidade de Utah Valley”, afirmou. “Nossos pensamentos estão com Charlie, seus entes queridos e todos os afetados.”
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Da adolescência à fundação da Turning Point USA
Charlie Kirk nasceu em 14 de outubro de 1993, em Prospect Heights, subúrbio de Chicago, Illinois. Filho de um arquiteto e de uma conselheira em clínica de saúde mental, começou cedo a se envolver com política. Em 2010, ainda no ensino médio, aproximou-se do movimento Tea Party. No ano seguinte, participou de manifestações locais e chegou a formar um grupo estudantil em sua escola para protestar contra o aumento de preços no refeitório.
Em 2012, escreveu um artigo para o site Breitbart em que criticava um viés de esquerda em livros escolares. O texto lhe rendeu convite para uma entrevista na Fox Business, sua primeira aparição televisiva.
No mesmo ano, fundou a Turning Point USA (TPUSA), organização voltada a jovens universitários com a proposta de defender livre mercado, Estado mínimo e valores conservadores. O projeto nasceu com apoio do ativista Bill Montgomery, que o incentivou a adiar a faculdade e investir no movimento. Kirk cogitava cursar a Universidade de Baylor, mas desistiu para se dedicar em tempo integral à política estudantil.
A ascensão política de Kirk
A Turning Point USA expandiu-se rapidamente. Já em meados da década de 2010, tinha presença em centenas de campi universitários. O grupo organizava palestras, treinava líderes estudantis e promovia eventos nacionais. Em 2015, a organização já contava com pelo menos US$ 1 milhão em doações.
O crescimento aproximou Kirk de grandes doadores e de figuras do Partido Republicano. Em 2016, participou da Convenção Nacional Republicana e conheceu Donald Trump Jr., de quem se tornou próximo. Pouco depois, passou a transitar no círculo do então candidato à presidência Donald Trump.
Durante o governo Trump, Kirk visitou a Casa Branca mais de cem vezes, segundo declarou. Chegou a integrar grupos que discutiam nomeações para cargos importantes. Ele também acompanhou a família Trump em viagens internacionais e eventos de campanha.
Além da atuação institucional, ganhou visibilidade como comunicador. Comandava o podcast e programa de rádio The Charlie Kirk Show, voltado ao público conservador, e publicou livros, entre eles The MAGA Doctrine (2020).